segunda-feira, 23 de maio de 2011

Identidade cultural e Itinerário educativo



Um dos maiores, se não o maior desafio de um professor, é elaborar uma aula que atenda a todos, conforme as necessidades e características de cada um. A aula precisa ser instigante, estimulante, e inovadora. Para que tudo isso ocorra, faz-se necessária a abordagem cultural no cotidiano escolar. O currículo escolar precisa estabelecer um diálogo com o contexto sócio-cultural, um diálogo multicultural, que estabeleça a cultura como contexto da prática pedagógica.


Todos os seres possuem uma identidade cultural. Nesta existe uma relação de semelhança e de diferença entre os integrantes do grupo. Estes se assemelham por alguma característica e se diferenciam por outra, pois não existe ser igual, somos todos dinâmicos, singulares e plurais, ao mesmo tempo.
Assim, a multiculturalidade, a diversidade cultural, está presente no cotidiano das pessoas. Podemos citar as diferenças étnicas, sociais, econômicas, nacionais, culturais, enfim, ao nosso redor existem inúmeros seres distintos, classificados socialmente em grupos, com os quais por alguma característica se identifiquem ou estejam ligados. E, no ensino aprendizagem, não deve ser diferente.
Devemos abordar as diversas culturas existentes na sala de aula com o objetivo de instigar e entreter os alunos, que não chegam vazios á escola, como se pensava antigamente. Nem mesmo os mais pequenininhos. Cada um tem sua personalidade, seus paradigmas, suas idéias, sendo essas formadas e desenvolvidas de acordo com a cultura na qual cada um está inserido e de acordo com as experiências vividas. Porém, a cultura é dinâmica, e no contato com outras culturas, ela se transforma.
A abordagem das diversas culturas na sala de aula deve ser de modo a reconhecê-las e valorizá-las, e nunca estabelecendo hierarquias entre elas. Infelizmente, na sociedade e na mídia, isso é o que mais acontece. Os mais pobres, os negros, os portadores de necessidades especiais, os homossexuais e até os imigrantes, sempre são alvos deste tipo de preconceito. O ser humano não sabe reconhecer as diferenças do próximo, por isso os julga e os classifica como inferiores.
O papel do Professor, neste momento, é criar condições para que os descriminados e também os menos adaptados possam se integrar ao restante da sala, pois assim, os alunos passam a compartilhar concepções e idéias, descobrem novas culturas e adquirem um desempenho satisfatório. Deve-se despertar o desejo de aprender e desenvolver a capacidade de continuar aprendendo. Com aspectos como a solidariedade, a cooperação, o respeito à diversidade e o apreço à tolerância, as aulas passam a ser desafiadoras, levando os alunos à motivação, á curiosidade e a busca pelo novo, pelo conhecimento.
Portanto, sendo a pedagogia vista como uma ação política e prática, faz-se necessária a união entre itinerários educativos e identidade cultural, pois juntos, estabelecem uma relação harmoniosa e qualificadora, fazendo da sala de aula, da escola, um ambiente amplo, aberto à diversidade cultural e à cidadania, com o objetivo de formar e desenvolver cidadãos aptos e críticos, atentos e investigadores do mundo à sua volta, com concepções éticas e morais voltadas à democracia, à solidariedade, ao respeito, à cooperação, à valorização e a evolução. Tornando a aprendizagem rica e satisfatória, que desenvolva seus integrantes e faça-os compor, da melhor maneira possível, suas concepções de mundo, seus paradigmas e seu conhecimento.



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:


GADOTTI, Moacir. Identidade cultural e Itinerário educativo. Disponível em:
http://www.paulofreire.org/Institucional/MoacirGadottiArtigosIt0024 (Acesso em 22/03/11)

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