sexta-feira, 20 de maio de 2011

O conceito freiriano de educabilidade e a parceria com ONGs



Conforme os conceitos de Paulo Freire, o professor deve estar e permanecer em constante formação e transformação. Portanto, estes devem ser críticos, reflexivos sobre sua prática docente e buscar se atualizar sempre. Mas só isso não basta. A escola deve ser organizada de forma ampla e abrangente, onde sujeitos possam ser desenvolvidos e permaneça vivo o conceito de educabilidade: “ação humana produtora do reencontro do sujeito com os vínculos educativos e culturais entre a escola, docentes e a luta pela inclusão social na contemporaneidade.” (ARROYO, 2002, p. 271).
Para que isso ocorra, faz-se necessária a associação entre educação formal, não-formal e informal. Por educação formal, podemos entender a escolarização propriamente dita. E por educação não-formal, podemos entender toda ação pedagógica que possua uma intencionalidade. Esta serve como uma complementação para a educação formal. A educação informal está presente nas duas modalidades, e assim como nas palavras de Libaneo (2005), educação informal nada mais é do que: “clima em que os indivíduos vivem, envolvendo tudo o que do ambiente e das relações socioculturais e políticas impregnam a vida individual e grupal”. (2005, p. 90)

Em sua origem, o pedagogo(a) é aquele(a) que acompanha, indica os caminhos, atribui significado, enfim, aquele(a) que orienta a criança, o adolescente, o jovem e o adulto em processo de aprendizagem, despindo-se da postura autoritária e planejando aulas e momentos de cooperação, que desenvolva e instigue a todos os componentes da escola,eliminando os preconceitos existentes e associando as diversas culturas. Então, sendo multiculturalidade parte integrante e desenvolvedora da formação humana, e a cultura democrática um objetivo a ser alcançado, é necessário que haja parceria entre escolas e espaços de educação não formal. Como exemplos de espaços de educação não-formal, podemos citar as Organizações não-governamentais (ONGs), centros comunitários, abrigos, entidades, fundações, instituições e etc. Estes espaços possuem forte influência na conquista de uma educação democrática, pois quebram as barreiras herdadas da educação bancária, onde o ensino era erradamente voltado para uma camada privilegiada da sociedade.

Com relação as ONGs, podemos destacar o papel fundamental de seus integrantes na sistematização de saberes distantes do cotidiano de determinados grupos excluídos socialmente. A ação de educadores sociais, arte-educadores e o envolvimento dos esportes, música e atividades que integrem família e sociedade no aprendizado, fazem com que o sujeito evolua e desenvolva seus saberes, participando socialmente e quebrando as barreiras e diferenças existentes.

Portanto, a participação das ONGs nas escolas faz com que pedagogos e educadores sociais possam se unir e progredir no caminho da conquista de seus objetivos: assegurar o direito à educação, democratizar as relações humanas e sociais, e conquistar espaços de desenvolvimento, onde ocorra a formação de cidadãos éticos, democráticos, cooperativos e sociais. Assegurando a educação popular como prática de liberdade e conquistando uma nova cultura, típica de uma Sociedade Aberta. ( FREIRE, 2007).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 30. Ed. 2007.

LIBANEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 8. ed. 2005.

Pedagogia: planejamento, processos pedagógicos, problemas contemporâneos./ Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo, 2011.


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